... Terás muitas paixões, disse a minha carta astral. Um escudo de amores intensos e fugazes. Um rosário de nomes enlaçados por beijos. Alguns deles sóbrios, alguns deles ternos. Mais altos ou mais baixos, louros ou morenos, há-os de todos os tipos. E todos são definidos por uma causa comum: a virilidade que se lhes revolve inquieta entre as pernas. Algumas pisam forte, são altas, orgulhosas, são firmes e obstinadas, erectas como mastros. Poderosas e astutas, seguras de si mesmas, boas a raciocinar, maduras, decididas, vão invadir tudo. Entram, fazem-se donas e por fim, no seu gabinete, bem firmes e inseridas, sabem que é esse o seu lugar, conhecem o seu papel. Entram, saem, vão-se emocionando, vão-se acelerando conscientes do seu império. Impérios de uma noite, monarquias de um beijo. … Podes amá-las muito e nunca as possuir. Poderão amar-te ainda mais e não te terão nunca. Esquivas e risonhas, fugazes, detonantes, nem estelas nem pegadas deixaram atrás de si. Apenas a lembrança, incerta e saudosa, das horas felizes, as únicas que contam, as realmente vividas. ...
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