sexta-feira, 18 de maio de 2007

























Esta noite o vento ceifa os bosques e
uma raiva sacode a terra.
Se a voz do mar chamasse pelas velas,
os estreitos aguardariam um naufrágio.
E se dissesses o meu nome eu morreria de amor.

Devo, por isso, afastar-me de ti –
nãopor ter medo de morrer
(que é de já nãoo ter que tenho medo),
mas porque a chuva que devora as esquinas é a única canção
que se ouve esta noite sobre o teu silêncio.


Maria do Rosário Pedreira

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