quarta-feira, 7 de março de 2007

Imersão

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No teu perfil mágico
leio o futuro que cintilana ponta do teu nariz
no marfim dos teus dentes
lindamente desalinhados
nos teus curtos cabelos prateados
A violência doce repousa
entre as nossas pernasas nossas penas
para sempre redimidas
O calor ondula
o cárcere ao abandonaro teu corpo
Agora e sempre
o meu voga
ao sabor desta ondulação
nesta eterna noite
de lua cheia
neste banho de
paz irrequieta
mergulhada na esperança
por uma vez vã
por uma vez felicidade concretizada
Cola-se-me a língua ao céu
o palato é um convés
inundado de leite
A comoção arrasta-me
pelas ancas
enquanto nem acredito que estás em mim
Com a voz embargada calo
aquilo que os meus olhos não cessam de dizer.

Catarina Pereira

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