quarta-feira, 7 de março de 2007

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Olho nos teus olhos profundos e quentes, insinuantes,
O meu olhar não consegue evitar fugir para a tua boca
Carmim, cor de romã, saborosa, suculenta
Profunda desejosa, impiedosa mas tão doce!
Não consigo deixar de a desejar, esses lábios...
Ardentes, chamando por mim, avidamente mergulho...
Colado à tua boca a minha desordem,
o meu querer desaparece,
Sou de ti escravo, o incompreensível se faz ordem!
Colado à tua boca, sôfrega, descomedida
Como se fosse morrer a ela colado,
Como se fosse nela nascer e tu fosses o dia
Sorvo-te trepidante até à luz do amanhecer!
Passeio meus dedos em teus lisos e sedosos cabelos,
Deles faço água de cascata, encantando a minha fantasia,
Procuro teus olhos semicerrados, sinto tua respiração ofegante
A ternura da tua cabeça no abrigo do meu peito!
...
Toco de novo teus lábios carmim em fogo,
Roço tua língua morna e húmida, contorcendo-se qual serpente,
Salivas doces somam-se, misturam-se...
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Sentimos em nosso peito arder esta chama indiscritível,
No ventre, arde feito calda, algo de bom que nos descontrola
E nos damos por inteiro numa esgrima de bocas e línguas!
Tua boca qual uva rubra roçando meus lábios,
Tornando-nos em húmidos murmúrios, mergulhamos no poço,
O poço dos desejos onde nos queremos fundir, e invadimos !
Tua língua é a minha, não sei, meu respirar o teu, eu quero!
Nesta seiva cósmica de línguas purpuras, és pólen , és néctar
És a essência de um turbilhão de emoções, ganhas vida...
Tens aroma, viras fruto, doce.. sensual e a mim te ofereces,
E então eu provo-te...
Procurando esse açúcar em contacto com a tua pele, divina!
Provo-o, pouco a pouco, molho nele a ponta de meus dedos,
Passo em ti e retorno seu sabor em teus lábios!
Ficas trémula, indefesa, esperando a reacção, que virá...
Quente, audaciosa, calma ... desejosa... inquieta ... que importa?
És um poço de desejos ávida de mim, e mergulho...
Nesse rio que corre entre as tuas virilhas, saciar nossa sede...
Beijo os teu pelos, sacio-me, minha língua entre as tuas coxas,
Sinto teu sabor a licor...
Docemente molhado de teu e meu amor, de cada vez sabor diferente...
Deixo-me gozar o teu cheiro excitante e quente!
Impregno teu corpo com meu suor,
fazendo rolar gotas de água salgada,
Na tua pele nua, tal qual restos de chuva em nenúfar
Ou como um cristal brilhante de puro açúcar, sobre um pedaço de fruta crua!
Qual batalha de beijos contundentes,
avalanche de marcas de dentes, sangue com carmim!



Francisco


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2 comentários:

Anônimo disse...

M. gosto deste ar de romance que aqui se respira aqui...:)

Xi-Coração

Rosa-dos-Ventos disse...

M.?
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F.

A.

aaahhhh!!